2009/09/27

á fechar o período eleitoral

As pessoas têm tanto medo de retaliações que, ao pôr a cruzinha, não
arriscaram e votaram PS.

É o resumo efectivo da campanha.

2009/09/14

prós&contras: 10 pequenos partidos

- o POUS quer acabar com o desemprego
- o MEP quer que as pessoas sejam felizes
- o PND quer círculos uninominais
- o MMS quer acabar com a corrupção
- o PNR está contra o politicamente correcto e a insegurança, cuja raiz
está nos imigrantes
- o PTP quer jornalistas nos tribunais a fiscalizar os tempos de espera
dos processos e que as crianças tenham cuidado com a internet mas antes
passem o tempo a fazer contas em casa.
- o PPM quer valorizar a pessoa humana e um choque fiscal
- o FEH defende a aproximação da política às pessoas, incluindo uma
espécie de regicídio
- o MPV quer voltar a proibir o aborto


(as minhas maiores desculpas ao PCTP/MRPP. Quando comecei a ver o
debate, a interevnção de Garcia Pereira estava no fim).

das coisas nacionalizáveis

Há muita coisa que se pode nacionalizar. Não sabia era que o futebol era uma delas.

Suspeita-se que os estrategas do PS estejam neste preciso momento a procurar no programa do PSD palavras como "bola", "árbitro", "onze" ou "chuteiras". Se não encontrarem nada, suspeita-se que irão suspeitar que o PSD quer privatizar o futebol.

electric vehicles

"Carmakers are shifting towards electric vehicles. Policymakers must do their part, too"
(Economist, 5 de Setembro de 2009)

(via João Galamba, Simplex)

A minha questão é a seguinte: então não deveria ser ao contrário?
I.e., "Policymakers are shifting towards electric vehicles. Carmakers must do their part, too"

Que caso estranho este em que os policy-makers andam desfasados do mercado.

a ler

<a href="http://blasfemias.net/2009/09/14/os-comentarios/"
target=_new>Os Comentários</a>, por JCD

debate MFL/JS

Vi o debate apenas ontem à noite e tenho de confessar que há menos um
indeciso no eleitorado. Não sou eu.

Por pontos, por nenhuma ordem em especial e tentando ser o mais
imparcial possível:

- É abissal a diferença de postura entre José Sócrates (JS) e Manuela
Ferreira Leite (MFL): uma é estadista, outro acorda a pensar em
"medidinhas"; uma discute política de alto nível, outro distribui
rebuçados; muito pessoalmente, um é apoucado porque até chega a dar a
sensação de que nem percebe aquilo que diz, outra é excessivamente
confiante.

- a saída do "orfão" de MFL roça o mau gosto; mas ficou-lhe bem pela
espontaneidade e despreocupação com que diz estas coisas. MFL não quer
agradar a ninguém; JS só quer agradar.

- JS vinha preparado para discutir o programa do PSD. MFL vinha
preparada para responder às perguntas. Deu a sensação de que não se
preparou como se achasse (como disse ao principio) que a sua vida
politica, profissional e pessoal foi um treino para o que aí vem.

- Curiosamente, e não tinha pensado nisto até ler este post do Rodrigo
Adão da Fonseca no Jamais, o programa do PSD está a ser dos mais
analisados; já o do PS, à excepção da ridícula medida dos 200eur por
bebé e os TGVs, ninguem sabe muito bem o que lá anda. No fundo é
perigoso, e os outros partidos, particularmente o PSD, deveriam fazer
este trabalho.

- A resposta à questão da dupla candidatura de Alberto João Jardim
convenceu-me. De facto, quem dali sair primeiro ministro, não irá ocupar
um lugar de deputado. Já a questão de António Preto continua a ser uma
pedra no sapato.

- Muito francamente, não consigo ver MFL a fazer melhor na Educação.
Aliás, imgino-a altiva e arrogante, estoicamente ignorando tudo e todos
e com guerra civil à porta. Pior: MFL cultiva esta ideia de não ceder à
opinião pública até ao limite do irrazoável.

- Sócrates atacou, atacou, atacou; MFL não defendeu, limitou-se a
responder às perguntas e a esclarecer com a calma de quem não tem nada a
esconder. Diria mesmo: com a calma de de quem vê em JS (no mínimo) um
neto que não sabe o que diz nem o que faz.

- A questão, logo à partida do "nós não combinamos falar disso" (ou
coisa assim) teve muita piada.

- Desmistificou-se a privatização do SNS (em certa medida) e outras
inverdades. Curiosamente, MFL teve uma saída com a qual concordo: a
estratégia do PS parece ser a de criar FUD (Fear, Uncertanty and Doubt).
Qualquer coisa como "Tenham medo, muito medo, desta direita que quer
destruir o Estado Social e privatizar até as pedras da calçada."

- Quanto à questão das mudanças de opinião de MFL, há dois aspectos.
Efectivamente, MFL mudou de opinião e explicou que contextos diferentes
exigem medidas diferentes. É verdade, embora tenha soado a frágil. Em
segundo lugar, tive a clara sensação de que MFL iria dizer, a qualquer
momento, que não se respnsabilizava pelo governo de Durão Barroso. Quase
o fez, quando disse que "eu nunca fui primeira-ministra".

- Já a questão dos espanhois e do TGV foi uma surpresa para todos. A
julgar pelas reacções do outro lado da fronteira, a carapuça serviu. Já
quanto às portagens nas SCUTs, a explicação de que agora não adianta
nada não encheu.

- De forma geral, pareceu-me ter sido o confronto entre uma máquina
eleitoral e a espontaneidade. De um lado, uma senhora que tanto se lhe
dá como se lhe deu ser eleita; do outro, o desespero de alguém que vive
de votos e se alimenta de poder.

Sim, isto é o mais imparcial que consigo ser.

(também no Novo Rumo)

2009/08/13

teoria geral dos impostos

notas:
- em tempos de férias + sikky season, não há inspiração para mais
- texto recebido por email
- também noNovo Rumo


Taxes are complicated… So, tell them in terms they might understand,like beer drinking.

Suppose that every day, ten men go out for beer and the bill for all ten comes to $100. If they paid their bill the way we pay our taxes, it would go something like this:

The first four men (the poorest) would pay nothing.
The fifth would pay $1.
The sixth would pay $3.
The seventh would pay $7.
The eighth would pay $12.
The ninth would pay $18.
The tenth man (the richest) would pay $59.

So, that’s what they decided to do. The ten men drank in the bar every day and seemed quite happy with the arrangement, until one day, the owner threw them a curve. ’Since you are all such good customers, he said, ‘I’m going to reduce the cost of your daily beer by $20.

Drinks for the ten now cost just $80.

The group still wanted to pay their bill the way we pay our taxes so the first four men were unaffected. They would still drink for free. But what about the other six men – the paying customers? How could they divide the $20 windfall so that everyone would get his ‘fair share?’ They realized that $20 divided by six is $3.33. But if they subtracted that from everybody’s share, then the fifth man and the sixth man would each end up being paid to drink his beer. So, the bar owner suggested that it would be fair to reduce each man’s bill by roughly the same amount, and he proceeded to work out the amounts each should pay.

And so:

The fifth man, like the first four, now paid nothing (100% savings).
The sixth now paid $2 instead of $3 (33% savings).
The seventh now pay $5 instead of $7 (28% savings).
The eighth now paid $9 instead of $12 (25% savings).
The ninth now paid $14 instead of $18 (22% savings).
The tenth now paid $49 instead of $59 (16% savings).

Each of the six was better off than before. And the first four continued to drink for free. But once outside the restaurant, the men began to compare their savings.

‘I only got a dollar out of the $20,’declared the sixth man. He pointed to the tenth man,’ but he got $10!’ ‘Yeah, that’s right,’ exclaimed the fifth man. ‘I only saved a dollar, too. It’s unfair that he got ten times more than I!’ ‘That’s true!!’ shouted the seventh man. ‘Why should he get $10 back when I got only two? The wealthy get all the breaks!’ Wait a minute,’ yelled the first four men in unison. ‘We didn’t get anything at all. The system exploits the poor!’

The nine men surrounded the tenth and beat him up. The next night the tenth man didn’t show up for drinks, so the nine sat down and had beers without him. But when it came time to pay the bill, they discovered something important. They didn’t have enough money between all of them for even half of the bill!

And that, boys and girls, journalists and college professors, is how our tax system works. The people who pay the highest taxes get the most benefit from a tax reduction. Tax them too much, attack them for being wealthy, and they just may not show up anymore.

In fact, they might start drinking overseas where the atmosphere is somewhat friendlier.

2009/08/02

novo blog: Novo Rumo



novo blog: Novo Rumo

(imagem com alguma liberdade criativa)

ADITAMENTO:
apenas um pormenor: o link para o novo blog... :)
Novo-Rumo: http://novo-rumo.blogs.sapo.pt/

2009/07/29

simplificação do sistema fiscal

Eu penso que da simplificação do sistema fiscal pode surgir algum
alívio fiscal para os cidadãos.
(Manuela Ferreira Leite)


Ela pensa isso e eu estou convencido disso. Claro que tudo depende do
que ela entende por simplificação e ficaria muito surpreendido se ela
defendesse o fim das taxas progressivas. Mas qualquer coisinha nesse
rumo já era muito bom.

Já agora, e ainda que não seja trivial, não é assim tão difícil explicar
que uma taxa única de IRS, baixinha, é bom para <i>todos</i>. É que, por
muito boas intenções que tenham as taxas progressivas (taxar os ricos
para redistribuir pelos pobres), elas não funcionam nesse sentido e
acabam por ter um efeito oposto. Há formas diferentes de conseguir a tão
almejada redistribuição (que defendo, embora não nos moldes usuais).

Um bom exemplo da perversidade das taxas progressivas está aqui
<http://oinsurgente.org/2009/07/28/progressividade-fiscal/>. Aposto que
muita gente se vai surpreender.

De qualquer forma, mais 2 ou 3 destas de Manuela Ferreira Leite e
mando-lhe um ramo de flores com um pedido de desculpas por este post
<http://small-brother.blogspot.com/2009/07/mediocridade-campanha-de-caracter.html>.

2009/07/28

duas verdades liberais

Hoje aprendi duas coisas ao ler O Afilhado:

(1) que o liberalismo é uma das "três grandes ideologias que obtêm a simpatia do eleitorado". Achei especial piada à parte em que, na mesma frase, se mistura "simpatia" e "liberalismo".
e que
(2) O liberalismo ou é económico (CD, PSD, PS) ou é social (PS, BE).

Vá mas é insultar a avozinha.

purga no BE?

Uma vez comunistas, para sempre comunistas.

Os militantes mais conhecidos da Política XXI, o grupo de
dissidentes do PCP que se juntou aos trotskistas e à
extrema-esquerda albanesa para fundar o BE, foram afastados das
listas de deputados às eleições para a Assembleia da República. O
caso mais conhecido é o de Daniel Oliveira, cujo afastamento se deu
após uma inflamada sessão de crítica e autocrítica ao melhor estilo
albanês.
(Câmara Corporativa, Miguel Abrantes
<http://corporacoes.blogspot.com/2009/07/o-pais-visto-de-bruxelas-1.html>)

coisas com piada

Tal como André Abrantes Amaral diz no Jamais, tem muita piada alguém no Simplex dizer que "o mais que o Estado pode fazer - e está longe de ser pouco - é criar condições que estimulem o emprego privado".

Back to the Future

The current economic crisis has highlighted, for the unbiased observer, the obvious threats posed to a small, peripheral country, which dreamt, one day, of becoming a major player among the European sharks.

At the present time, and with the available info, I’d like to state with proper emphasis, that it is recognisable a major trend on the Portuguese evolution, mainly on economic grounds.

Some other day, I was stating that this particular environment requires some knowledge in several human interaction fields, such as history, psychology, even sociology. Why? Because no single expert will be able to explain the full extent of measures and events that will take place.

So, forwarding the facts:

1. The current balance deficit, in addiction to the major institutions and families’ debt, clearly show that the republic is becoming default prone (over 200% growth predicted for the year).

2. The short term debt is growing faster than the capacity to repay loans interest (7.3B in the last 6 moths).

3. The current Portuguese rating is obviously misjudged, hidden by the more expansive policies from both the US and UK, only to be adjusted on the day before the first auction failure (remember Lehmann Bros).

4. The monetary option (entering the euro) confirmed that the state burden on the real economy and overall lack of competitiveness removed any chance of survival without severe measures, including massive layoffs and pay cuts (in Iceland, this meant a plunge in living standards of 20 to 50%).

5. The unemployment rate is soaring into an historical rioting level, nearing 2 digits. To the obvious excess of government spending, this adds the radical loss of tax revenues (21% in the last 2 quarters).

This probably makes the independent minds reach a wide consensus in the conclusions. We won’t make it without some sort of UE bailout.

In my view, that trend means that all financial institutions as well as the republic it self will collapse. Like I said earlier, you’ll have to study in order to predict or at least understand the multiple (and uncontrollable) reactions to these striking events.

It would be wise not to get fooled by the fireworks politicians use, both in difficult times, and when nearing general elections.

Since I found the mindset to write so many words, I’d like to advise you to read a lot, to be wary and to find a way to secure both assets and goods. Prepare for the worst, but hope for the best.

It’s not that knowledge or compassion should stop at the state boundaries. It’s just that we are in an awful shape. So now you can’t say you haven’t been warned.

2009/07/27

momento pacheco pereira (II)

Hoje deu-me para isto.

Acabei de ver no rodapé (que, no fundo, não roda nem pé, mas sobe) da
RTP1, no telejornal, memso antes da piscadela marota do fulano, isto (de
memória):

linha 1: Tráfego decuplicou
linha 2: Zeinal Bava atribui ao programa e-escolas

Já agora, eu não tenho dados sobre Portugal, mas, mais uma vez de
memória, o tráfego a nível mundial tem crescido (no máximo) a 100%/ano
(dizem que é 60%). Mesmo dando de barato os 10x: quanto a ser
consequência do e-escolas, não me insultem.

Brujas 2 : Nos-las-hay 0

momento pacheco pereira

Já estou a ver o telejornal da rtp1 há 35 minutos. E tenho de confessar
que mais parece campanha do PS.

alinhamento, por memoria
- o milhão de computadores e-escola, com o Zeinal Bava a passar a ideia
de que foi por causa disso que o tráfego da Internet decuplicou
(recuso-me a acredita, sequer, que tenha decuplicado)
- campus industrial em setúbal, da antiga Renault, que há 10 anos estava
desocupado mas agora já tem 6 empresas, incluindo uma qualquer que vende
peças à Boeing
- depois a camapnha de António Costa com os buzinões a Santana Lopes (!)
- agora que Sócrates foi à net conversar com bloggers

Mas eu nao acredito em brujas, atenção.

2009/07/26

mediocridade, campanha de carácter, afinações

Parece-me compreensivel a falta de programa do PSD até agora. É que, dentro da mediocridade da política portuguesa, Manuela não tem nada de realmente novo para propor. É, essencialmente, mais do mesmo. As contas públicas são um bom exemplo da falta de assunto: MFL, no poder, faria exactamente a mesma coisa, salvo TGVs e PMEs.

Mas convenhamos: é tudo a mesma coisa. São duas personalidades que já estiveram no poder, já se sabe o que pensam, e mais 2% de segurança privada menos 2 biliões em pontes sobre o Tejo, é sempre a mesma coisa.

São eternos governos de microgestão que acham que, no essencial, Portugal até está "benzinho", restando apenas afinar.

Aliás, dentro desta mediocridade, Sócrates até foi um bom primeiro-ministro: pôs o défice bem abaixo dos 3% (a questão do défice em 2009 não colhe, como o PR disse na Áustria), quase criou 150 000 empregos, está alinhadíssimo com a Europa (fez o que todos os governos europeus fizeram em relação à crise, impulsionou o Tratado de Lisboa), atirou dinheiro para cima de pobres (estatisticamente, e nada mais, reduzindo a pobreza), reduziu listas de espera em hospitais e fez efectivo enforcement da regra 1:2 na contratação pública. Finalmente, na educação aproximou-se de algo que se pode já chamar de reforma. Correu mal, mas não só merece louvores como é preciso reconhecer que apenas a firmeza de um Sócrates com síndrome de Narciso poderia aguentar 4 anos de manifestações, Carvalhos da Silva e FNEs.

Que fique claro que nao estou a fazer um elogio a Sócrates; a defender um ou outro, falo-ia primeiro a Manuela, até porque tenho tendencia para votar à direita.

Para outro exemplo: alguém acredita que Sócrates ou Manuela vão mudar os pilares da Justiça? Não vão, vão apenas criar novos mapas judiciais, abrir mais vagas para juízes, promover o uso da pulseira electrónica em vez de prisão preventiva, etc. Nada de realmente novo, apenas ajustes.

É dentro desta perspectiva que a campanha se vai centrar em questões de carácter. Não há mais nada para discutir. Quem é que precisa de programas para isto? Manuela sabe isso e disse-o, o que só lhe dá credibilidade, paradoxalmente. É infeliz, mas valha-nos a honestidade.

Uma é merceeira, o outro é Narciso. Os religiosos votam em Sócrates, os poupadinhos votam em Manuela. Ou seja, a questão é escolher o menos mau e o que inspira mais confiança em termos de confiança política e coerência de execução de políticas medíocres. E aqui dou uns pozinhos adicionais a Manuela que me parece que veste a camisola da selecção e não quer mais nada do que deixar a sua marca num país melhor(zinho).

E depois queixem-se que o BE consolidou os dois dígitos. Ao fim de 30 anos de ténis em terra batida, a ver a bola andar de um lado para o outro, as pessoas vão ao bar e já não saem de lá.

2009/07/25

aposto que é socialista

2009/07/24

comparações simplexes

No simplex comparou-se 'empregos criados pelo PS' com 'empregos destruidos pelo PSD'.

Para a semana, comparar-se-á 'número de óbitos no governo PSD' com 'número de recem-nascidos no governo PS'.

jamais simplex

nota aos queixinhas: a ordem do titulo é alfabetica e nao pressupõe nenhum tipo de favorecimento. Nao me metam no fogo cruzado pq eu estou noutra.


Nao sei se é de mim; mas esta campanha está interessantíssima. O debate está muito saudável e construtivo, ainda com os inevitáveis papismos, infantilidades e corninhos (de parte a parte).

Da minha parte, fico à espera de um "SIMmais..." que malhe* nos dois.



*(c) Augusto Santos Silva

2009/07/23

a campanha do nada do PSD

Ainda que "ninguém" leia os calhamaços dos programas dos partidos, não é
aceitável que o PSD contribua para essa situação. O programa haveria de
sair até ao fim do mês. Ainda que "ninguém" os leia, há quem leia por
nós (e.g., os outros partidos ou a comunicação social) e há quem o venha
discutir. Faz parte do jogo. E do jogo faz também parte dar tempo para
que os agentes sociais discutam esse programa. Três semanas pode não ser
suficiente e a campanha já começou.

Uma coisa é não contribuir para um circo eleitoral; outra é uma campanha
do nada em que nada se discute a não ser as propostas do PS.

redistribuição e a indústria musical

Jack White, The White Stripes linchpin (...) has launched a special subscription service. He's doing it because he's unhappy with the way downloading is affecting music experiences.
(BBC, today)

Mais concretamente, diz que a música ficou muito mais barata com a massificação de downloads em detrimento dos suportes físicos como o CD. Ou seja, não ganha tanto como dantes.

Acontece que a história é outra. Na realidade, o volume de negócios em torno da música aumentou1; o que aconteceu foi que o dinheiro foi espalhado por mais pessoas e mais empresas, retirando o que dantes era monopólio das editoras. Para um bom exemplo, há 20 anos atrás não faria grande sentido a Apple (com o iTunes) ter presença neste mercado.

Se me permitem, houve uma espécie de socialização da música. O que não deixa de ser irónico. É que, se há modelo ideológico subjacente à Internet, ele é o liberalismo (muitas vezes em excesso, é certo). Aliás, eu diria mesmo que não seria nunca possível, por via planeada, isto é, por via de um Governo com medidas ad hoc, esta socialização. Ou, se me voltam a permitir, não seria nunca com base em ideários socialistas que isto seria conseguido.

Querem melhor e mais justa redistribuição?
Não há: se é "melhor" não é justa, se é mais "justa", não é melhor.

1 na falta de uma boa referência, que não consegui encontrar em tempo útil, considerar convicção pessoal

not-my-money scenarios

Ficamos a saber que intangível e dificilmente quantificável são sinónimos de pura arbitrariedade. (...) Vítor Bento exige objectividade quando ela é impossível. Investir implica uma visão do futuro, e o futuro, por definição, não é objectivo. Podemos tentar antecipá-lo, é certo; mas a certeza que a objectividade exige será sempre uma ilusão.
(joão galamba, Simplex)

Eu nao sei como é que é em Economia, mas, em engenharia, quando não há certezas trabalha-se com base em "worst-case scenarios". Admito que "promover" desenvolvimento comporte trabalhar sobre cenários ligeiramente mais optimistas, até porque, se se "promove" desenvolvimento, ele vai surgir -- pois claro -- logo pode-se aligeirar o pessimismo e trabalhar num less-than-worst-case scenario.

Parece é que isto é trabalhar sobre "sunny scenarios", "whatever scenarios", "easter-bunny scenarios", "i-wish scenarios".

Enfim, mas admito que, sendo dinheiros públicos -- e, portanto, é de toda a gente menos de quem tem o poder de assinar os contratos -- as regras sejam diferentes. No fundo, é o modelo do "not-my-money scenario".

o gene da corrupção

Bruno Alves, Insurgente:

"

(...) o negócio da COSEC pretendia ser mais um exemplo da estratégia "Tony Soprano" que o governo tem seguido: há um episódio de The Sopranos, dono de uma loja de artigos de desporto, enfrenta algumas dificuldades financeiras, e pede ajuda a Tony. O seu amigo, claro, fica a dever-lhe um favor, e Tony não perde tempo a cobrá-lo (...): a loja do amigo de Tony Soprano rapidamente se torna numa plataforma para Tony e os seus "colegas" se envolverem nas mais variadas vigarices.
(...)
Desde que chegou ao poder, e ainda mais desde que a "crise" rebentou, que a estratégia do Governo tem sido semelhante: Sócrates não hesita em "ajudar" esta empresa e aquela, ou o sector A e o sector B. Escusado será dizer que, tal como o amigo de Tony Soprano, estes "ajudados" ficam a "dever uma" (ou "muitas") ao senhor Primeiro-Ministro. Ao adquirir uma participação maioritária na COSEC, o Governo pretendia ter mais um meio (a juntar à CGD, por exemplo) de condicionar os "negócios" portugueses: ao comprar a COSEC, o Governo faria com que mais um sector de actividade ficasse directamente dependente de decisões governamentais para sobreviver.
"

Eu acrescentaria isto: o Governo até pode ter as melhores intenções. José Sócrates, ou quem quer que esteja a liderar o assunto da COSEC, até pode realmente achar que é para o bem das empresas portuguesas (não é); mas é assim que a corrupção singra: acasalando o público com o privado, numa cascata de favores, jeitinhos, medidas bem-intencionadas, subsídios e ajustes directos.
Agora juntem a este cenário más intenções, dolo, propósito com mau carácter e falta de sentido público e compadrios planeados: ficamos com o Portugal que temos.

O gene da corrupção está nesta mistura privado-público.

2009/07/22

irlandeses, vinho e tratado de lisboa

No mundo perfeito isto não acontecia; é que o homem perfeito perceberia perfeitamente o desfasamento de prioridades e importância, tendo um apurado sentido social e conseguindo perfeitamente distiguir 'eu' de 'tu' de 'si'.

A Federação de Comerciantes de Vinhos da Irlanda (VFI), que representa os bares do país, disse hoje que a redução da quantidade legal de álcool consumido antes de conduzir poderá levar os irlandeses a votar “não” no segundo referendo ao Tratado de Lisboa, em Outubro.
(Público, hoje)

É por isto que me irrita tanto aqueles Governos que nos tratam como filhinhos desajuízados e ingénuos -- logo que é preciso educar com paternalismo -- e depois ficam muito espantados quando realmente nos portamos assim.

Ryanair e os voos em pé

O mercado a funcionar e as ideologias a falar. A Ryanair anda a pedir opiniões sobre as seguintes ideias:

- viajar de pé (com desconto) em viagens curtas
- obrigar os passageiros a levar a sua própria bagagem até ao avião
- a cobrança de 1 libra esterlina para a utilização da casa de banho durante o voo
- introdução de um imposto de obesidade para passageiros com excesso de peso.

(Já agora, na sondagem, eu mostrei o meu interesse em viajar de pé em viagens que durem menos de 1h30.)

Mais interessante do que as ideias da Ryanair, são os comentários à noticia no DE. Atrevo-me a adivinhar as tendências ideológicas de alguns leitores que deixaram comentários:

- PS:
"Parece que a questão da segurança nem é tão pouco tida em consideração. Quando o primeiro cair, talvez então se recordem do fundamental. Como sempre money money money à frente de tudo."

- PCP: ORA AÍ ESTÁ : A GANANCIA DOS LUCROS EM DETRIMENTO DA SEGURANÇA . INCRIVEEL COMO APÓS ULTIMOS ACONTECIMENTOS NA AVIAÇÃO CIVIL , CAUSADOS EM PARTE PELA FALTA DE MANUTENÇAO E REVISAO DOS AVIOES AINDA HAJAM PASSAGEIROS A VIAJAR " COMO GADO " SÓ PARA REDUZIR CUSTO DA VIAGEM !!!E OS CHECK-IN , OS PASSAGEIROS DESPACHAM A BAGAGEM E TRANSPORTAM ATÉ O AVIÃO ? E O CONTROLO DA MESMA ?
O TERRORISMO JÁ NÃO ASSUSTA ?
AS PESSOAS REALMENTE QUEIXAM-SE MUITO DO QUE NAO ESTÁ BEM , MAS CONFIRMA-SE QUE O QUE TEMOS É MESMO AQUILO QUE A MAIORIA DAS PESSOAS QUEREM !!!!! LAMENTÁVEL !!

- PSD: Concordo também se as viagens forem curtas que se possa ir de pe, e pagar menos, o que não concordo é com a ideia de se pagar para ir ao WC,

- PND: Que brincadeira é esta??? Viajar de pé!!!!?!?!?!....

- PEV: Mais importante que o preço dos bilhetes é a segurança dos aviões. E cada vez mais se vêem acidentes aéreos. As pessoas não podem pensar que a segurança e a manutenção dos aviões é gratuita. É que a vida não tem preço.

- liberal (?): Desde que exista segurança para a estabilidade do avião e as pessoas se possam sentar no chão acho formidável.

Eu apenas deixo esta pergunta no ar: tirando a questão da taxa de obesidade (principalmente para quem é obeso por doença, tenho dúvidas sobre se é socialmente legítima), qual é o problema de viajar de pé, se a segurança for equivalente à de viajar sentado? Reformulando: dado que, quem quiser voa de pé e quem quiser voa sentado, e ninguém é obrigado a nada, qual é o problema?

2009/07/20

modelo irlandês

A crise veio colocar em cheque o famoso 'milagre' irlandês. O modelo de crescimento seguido nos últimos vinte anos chegou ao fim. Mas a morte deste 'felino' é uma notícia exagerada.

O 'tigre' celta surpreendeu o mundo durante vinte anos. (...) De verdadeiro 'cágado' entre os anos 1950 e 1980, no final da lista europeia do PIB per capita, (...) passou para o grupo da frente em apenas quinze anos.
(...)
Esse ganho estrutural não morreu com o crepúsculo do 'tigre'. Por isso, convém moderar as notícias sobre a morte do 'tigre' celta.
(Geoscópio)


E eu acrescentaria, à laia de comentário para os astrólogos de serviço:
1. pensam mesmo que este desenvolvimento vai desaparecer em 1 ano, o tempo que parece que vai durar o núcleo da crise?

2. o que é preferível? Um desenvolvimento destes com um solavanco forte em crises que surgem à taxa de uma por século ou andar a penar com crescimentos de 1% (se tanto!) durante 1 ou 2 gerações (se não mais)?

Eu sei que importar o modelo irlandês é tão viável como importar o modelo nórdico que nos queriam vender há uns 4 anos. Basicamente, bebemos cerveja diferente. Mas podemos importar ideias e adaptar. E entre nórdicos e irlandeses, talvez até tenhamos mais em comum com os irlandeses.

3 mulheres e um PSD

"Manuela Ferreira Leite (...) está mais livre que a maior parte dos seus colegas de partido [sem] temer que lhe vasculhem o passado." [Pode bem ser] "o projecto de quem, pessoalmente, não tem nada a perder"
(Helena Matos, Blasfemias)

- Sobre Ana Gomes e as direitas: "Porque quererá o PS perder as eleições?" (Carlos Pinto, Insurgente)

- o irreversível fim de Elsa Ferreira. "Não me vejo como vereadora" (Sol)

2009/07/17

trabalhar para o Estado

Ganha-se mais dinheiro, trabalha-se menos horas e o risco de despedimento é zero. Humm... Que paraíso é este?
(Pedro Santos Guerreiro, JNeg)


2009/07/16

Alberto João e os Comedores de Criancinhas

Por muitas vezes que me apeteça proibir o Comunismo e associados (!),
esta tirada de Alberto João é tão insanável como coerente com o que se
passa na Madeira.
Mas o mais importante é que vai marcar um ponto de viragem para o PSD.
Ou MFL se demarca, clara e incisivamente, destas afirmações -- e ganha
mais votos no Continente do que os que (eventualmente) perde na Madeira
-- ou não faz nada e é um duro golpe na Manuela Ferreira Leite séria,
com pose genética de Estado e anti-propagandices.

Estou curioso.

aditamento:

"Aguiar Branco diz que este não é o momento para falar de revisão constitucional"

Fica-se sem saber se isto quer dizer que "a ideia até faz sentido, apontei no meu Moleskine e quando for altura da revisão vamos lançar o debate". Estou convencido que foi fuga para a frente mas não deixa de ser muito triste





deflação

Portugal atravessa um período de deflação. Hoje os keynesianos não almoçaram porque sabem que amanhã o almoço será mais barato. E assim sucessivamente.
(João Miranda, Blasfémias)

2009/07/15

câmara de Lisboa e a vantagem de votar no Porto

Eu não voto em Lisboa. Mas se votasse teria um enorme dilema: entre
votar Santana para que ele fique por Lisboa calado durante 4 anos e não
votar Santana para ver se ele perde o pio do invencível em eleições.

o que interessa é ser doutor porque depois temos os subsídio

Aumentam vagas para cursos com mais desempregados
(DN, hoje)

2009/07/14

o prometido é de vidro

Candidata à Câmara de Valongo regista programa eleitoral no notário e irá a tribunal se não cumprir.
(Publico, hoje)

Não serve para quase nada, mas é muito interessante.

2009/07/13

Fisicamente Em Bruxelas mas com o Coração em Sintra

Em relação a Ana Gomes, "quando for eleita presidente da Câmara de Sintra",

1. a primeira sessão a que assistiu hoje em Bruxelas foi, provavelmente, a última
2. porque se meteu Agosto e depois as campanhas começaram, actividade muito time-consuming
3. e Parlamentos não são compatíveis com trabalho à hora

eu vou perguntar o que é que ela lá foi fazer.

está-nos no sangue

(...) a dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (SCESP), Emília Marques, afirmou que o objectivo desta acção é "denunciar a atitude das associações do comércio retalhista de Lisboa e Cascais, que escondidas atrás da crise, em vez de pedirem apoio ao Governo para eventuais soluções da crise", não querem aumentar os trabalhadores.
(Expresso, hoje)

2009/07/11

Novas Oportunidades: um caso verídico


Conta-se aqui o caso alguém que, por via das Novas Oportunidades, "ao obter a certificação final do seu curso não contém as lágrimas" porque, como "tem um emprego como técnica de nível baixo que não lhe confere sequer mais do que uma contratação a recibo verde", "não consegue obter um empréstimo bancário para tentar comprar um T1+1 para ela e para a miuda".

Parece que é um exemplo representativo do impacto das Novas Oportunidades na vida das pessoas.

Pois eu gostava de saber que empresa é essa que tem como critério para oferecer contracto de trabalho com base nas qualificações oficiais.

É que só vejo três possibilidades:
1. ou é uma empresa regida pelas regras do Estado
2. ou não dou um chavo por ela
3. ou a questão das habilitações é umas das balelas que o patrão lhe contava para não a passar para os quadros.

Em qualquer uma delas, não era preciso Novas Oportunidades nenhumas. Talvez haja uma quarta razão.

2009/07/10

Ministério da Educação em 2019

Portugal, 2019:

"A Minixtra da Educaçom xublinhou hj a importância du Programa "Todox Xomus Dotores" pa kombater u "klaro deficit de klaxificaçom" dus trabalhadores prtuguexes: +- 3,5 milhões ñ completaram 1 curso universitáriu."
(baseado no Público)

mau comportamento

A escola C+S dos Açores vai reavaliar na próxima reunião do conselho directivo o acesso a novos meios de comunicação dentro da sala de aula, para evitar polémicas entre alunos, como as que aconteceram esta semana por causa da utilização do 'Twitter'.
(Expresso, hoje)

errata:
onde se lê "escola C+S", ler "Assembleia Legislativa"
onde se lê "reunião do conselho directivo", ler conferência de lideres"
onde se lê "sala de aula", ler "do plenário"
onde se lê "alunos", ler "deputados"


2009/07/09

falácias da doutrina económica largamente dominante

post de Carlos Santos sobre os neoclássicos:

1. o "largamente dominante" com que começa o post tem uma certa piada.

2. Já que é para entrar em extremismos, enumeremos as virtudes das economias planeadas. Quiçá um manifesto.

3. Alguém que tenha chapéu de economista haveria de o pôr na cabeça e discutir estes argumentos.

change management: CITIUS




O inquérito [aos juízes] conclui ainda que "a desmaterialização dos processos é desnecessária, não traz vantagens visíveis e prejudica gravemente a eficiência da resposta judicial".
(DN, hoje)


A afimação por si mesma, principalmente vista por um tecnólogo, é simplesmente ridícula -- mas muito compreensível, principalmente dada a conhecida aversão que juristas têm pelo digital. Mas quem está a fazer a introdução do CITIUS deve ter noção destas coisas. Por exemplo, se isto estivesse a ser gerido pela Ministra da Educação (por muita razão que muitas vezes lhe dou) era o fim do mundo.

2009/07/08

imparcialidade a toda a prova

A deputada [Susana Sanfona] foi tão independente no seu trabalho que nem pelos depoimentos dos inquiridos se deixou influenciar.
(Daniel Oliveira, Arrastão)

2009/07/07

presidente da Mota-Engil defende grandes investimentos públicos

Jorge Coelho considera "preocupante" possibilidade de adiar investimentos públicos
(JNeg, hoje)

Já não sei onde li isto, mas acho que há uma regra para quem faz investigação em História que é a seguinte: havendo dois testemunhos contraditórios, o mais credível é o que vai contra os interesses pessoais da testemunha.

coligação MMS/MPT/PND

Não é verdade:
http://mmsaveiro.blogspot.com/2009/07/mms-vai-sozinho-as-legislativas.html

1. E seria um disparate se o MMS se coligasse com o PND... Praticamente,
a única coisa que o MMS tem em comum com o PND é o azul escuro...

2. A maior parte das pessoas com quem falei opor-se-ia visceralmente a
tal coligação.

2009/07/06

sobre Maria João Pires

Com Paulo Alves Guerra a ser categoricamente desmentido pelo advogado de Maria João Pires, parece não se confirmar o anúncio da renúncia à nacionalidade portuguesa por parte da pianista.

Resta esperar por uma próxima oportunidade.
(André Azevedo Alves, n'O Insurgente)

(admirei particularmente a punch line)

2009/07/05

reabilitação urbana

O programa eleitoral do Bloco de Esquerda propõe um plano de investimentos públicos na requalificação urbana como forma que reanimar a economia que implica um investimento de 500 milhões de euros em cinco anos.
(Expresso, hoje)

Esta ideia está interessante. Pelo que percebi, o Estado reabilita e põe a arrendar durante 5 anos (recebendo as rendas). Ao fim de 5 anos, devolve aos proprietários.

2009/07/04

Cosec desmente governo

Isto começa a ser um caso médico:

A Euler Hermes, empresa que detém metade do capital da Cosec, desmentiu a existência de qualquer negociação oficial acordo com o Governo português, contrariando as afirmações do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, que deu o negócio como garantido, noticia o Semanário Económico.
(Público, hoje)

efeito Manuela

"PS exclui duplas candidaturas socialistas a câmaras e ao Parlamento"

Mais vale tarde do que nunca, vamos lá a reconhecer.
Alás, quase que apetece dizer que, ainda Manuela Ferreira Leite não é
primeira, e já está a mudar o país.

2009/07/03

mercado de futuros

vindo de um especulador é extraordinário (JNeg, hoje):

O CEO da PVM, David Hufton, tem criticado com frequência os especuladores que operam no mercado do petróleo. "Se não existissem mercados de futuros, os preços do crude estariam muito mais baixos"

Já imagino o João Miranda a dizer "Ah e tal, é que o mercado antecipa o fim do petróleo."


sobre Antonio Costa

Uma interpretação possível da actuação de António Costa em Lisboa:

Do declínio do império romano: o case-study PS, n'O Cachimbo de Magritte

Faz algum sentido. É que dá mesmo a sensação de que António Costa está à procura de razões para se antagonizar com o actual PS.

mesmo depois de se demitir, continua a criar postos de trabalho

Ryanair abre base no aeroporto do Porto

A operação dará origem a 1500 empregos.

a natureza humana nas demissões

Demitissem-se eles pelas boas razões; exaltação não é uma delas; mentir, por exemplo, já é. A ninguém se pode censurar o biológico da natureza humana; quem nunca se exaltou ou deu murros na mesa?

Se exaltação pontual é biológico e não há nada a fazer, mentir é deliberado.

2009/06/30

acho que nunca tinha ouvido uma frase destas de um político português

Se o PSD fez isso, só tenho a considerar que fez mal. E é não pelo facto de um dia nós termos feito uma coisa mal que eu posso deixar de criticar algo que está feito mal. Se fez, fez mal, não devia ter feito.

Manuela Ferreira Leite (via Público)


Não me consigo lembrar da última vez em que alguém admitiu que o próprio partido pode errar. Dito desta forma soa a ridículo. Mas é um facto.

A política portuguesa teve um bom momento.

2009/06/27

manifesto dos 78

Alguém que explique a um tecnocrata porque é que os manifestos são
incompatíveis, salvo agendas políticas.

Em particular,
(i) porque é que não há outras formas de atacar o desemprego que não
seja por via de elefantes brancos
(ii) o que é que se faz a 1 000 000 de pessoas (mais dependentes) na
próxima década enquanto as contas da mercearia não são pagas

Se não forem incompatíveis, acho que deveriam ir todos tomar um copo e
-- fica a sugestão -- produzir o manifesto dos 78.

capa do Expresso esta semana


Já não me lembro de ver uma capa do Expresso tão interessante há muito tempo.

Primeiro, a trapalhada de Sócrates com a Manuela a marcar 2 pontos antes de Sócrates fazer alguma coisa e depois de Sócrates fazer alguma coisa. As europeias fizeram-lhe bem e, por este caminho, nem precisa de Rangel na campanha.

Depois, mais Manuela: Exceptuando a Segurança Social, muda tudo: "prepara rupturas e pondera reduzir o Estado ao 'imprescindível'.

Vai daí até o vou comprar.

2009/06/26